Há mais de meio século, a relação entre a escola paulista de arquitetura e o mercado imobiliário paulistano é restrita a casos pontuais. A boa arquitetura teve seu momento áureo na construção de edifícios residenciais nos anos de 1950, estendendo-se um pouco para as décadas adjacentes, com muitos exemplares no bairro de Higienópolis. Porém, após 1969, quando foi concluído o edifício da FAUUSP na Cidade Universitária, a quantidade de torres de moradia construídas na malha urbana da capital paulista, que seguem os preceitos da geração intelectualmente fundada por João Vilanova Artigas, não é maior que os dedos nas duas mãos.
Há uma miríade de justificativas e versões que não cabe aqui analisar: políticas, ideológicas, econômicas, de posturas com relação às esferas pública e privada, de círculos de relações. Cabe sim perceber que a metrópole foi apinhada por edifícios sem interesse arquitetônico, carimbos repetidos aos milhares seguindo motivações exclusivamente imobiliárias e financeiras.